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Para algumas instituições, só falta auxilio amante, protesta Gilmar Brunetto sobre auxílio alimentação para magistrados

 

 

 

Em meio a protestos dos servidores, TJ propõe ticket refeição a magistrados aposentados

Fato gerou revolta em sindicalistas, que classificaram a ação como vergonhosa.

VINÍCIUS LEMOS – Isso é Noticia

Na semana passada, servidores do TJ-MT protestaram contra condições de trabalho Enquanto servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) protestam por melhores condições de trabalho, o presidente do órgão, Orlando de Almeida Perri, encaminhou um Projeto de Lei onde fica definido que magistrados aposentados terão direito a auxílio-alimentação. O fato gerou revolta em sindicalistas, que classificaram a ação como vergonhosa.

A proposta do auxílio-alimentação aos magistrados aposentados refere-se àqueles que se aposentaram a partir de janeiro de 2009. Além desta ação, o TJ-MT encaminhou à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) o Projeto de Lei 123/2014, que tem o objetivo de reajustar o atual benefício alimentar dos servidores do órgão. A ajuda de custo, que atualmente é de R$ 450, passaria a ser de R$ 476,55.

O valor do benefício concedido aos magistrados aposentados, caso seja aprovado, será de modo retroativo e não deverá abranger a todos que largaram a toga após cumprir o tempo de trabalho determinado. Conforme a justificativa da proposta, deverão receber o benefício apenas “alguns poucos [magistrados] inativos”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Assistência e Extensão Rural do Estado de Mato Grosso (Sinterp-MT), Gilmar Brunetto, classificou o auxílio como vergonhoso. “É vergonhosa essa situação. Eles [os magistrados] já têm muitos benefícios”, pontuou. Brunetto também foi contra a implantação do auxílio-alimentação para os magistrados em serviço, em dezembro de 2013, à época ele afirmou que a classe não necessitava de ajuda financeira.

Totalmente contrário ao auxilio, o sindicalista afirmou que o auxílio financeiro aos magistrados não corresponde à realidade brasileira. “Eles possuem uma remuneração razoável, suficiente para viver bem. Além disso, eles têm inúmeros auxílios que os cidadãos comuns não possuem, principalmente os trabalhadores que não têm um bom salário”, declarou.

PROTESTOS DO TJ-MT
O salário e as condições de trabalho dos servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), de várias comarcas do Estado, tornaram-se alvos de reclamações. A sobrecarga nos serviços, o mau funcionamento dos setores e a remuneração, considerada abaixo do ideal, fizeram com que os funcionários do TJ-MT enviassem uma carta de socorro à sociedade. Também foram realizados protestos para reivindicar melhorias.

Apesar de não haver nenhum indicativo de greve dos trabalhadores, no dia 30 de maio, durante o horário de almoço, houve um protesto da classe. A manifestação ocorreu em frente ao Fórum de Cuiabá e durou, aproximadamente, 15 minutos. De acordo com os servidores, a iniciativa não foi apoiada pela associação que deveria ser favorável às reivindicações, o Sindicato do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Sinjusmat).

Conforme a carta enviada pelos servidores do TJ-MT, o trabalho é sobrecarregado. Em Mato Grosso, nas cidades consideradas de tamanho grande, apenas um servidor é designado para cumprir os casos do plantão, com a ajuda de um oficial de justiça. De acordo com o documento, não há remuneração para a ação. Em razão disso, algumas medidas judiciais acabam sendo postergadas. Nos municípios considerados pequenos, há apenas varas únicas, fazendo com que o servidor acabe fazendo plantões todos os finais de semana.