O sindicato dos trabalhadores da Empaer (Sinterp) cobrou explicações do governo sobre recursos na ordem de R$ 1,5 milhão arrecadados com a venda de um galpão da autarquia em Barra do Garças. O protesto foi feito pelo sindicalista Gilmar Bruneto, em entrevista ao RDTV de quarta (05). Gilmar defende que o dinheiro seja aplicado no próprio órgão, mas ele reclama que até o momento o recurso não entrou nos cofres da Empaer.
Pensando evitar novas situações como esta é que o Sinterp acompanha de perto a tramitação da mensagem na Assembleia que trata sobre alienação e venda de patrimônio público estadual. A mensagem começou a ser apreciada em plenário, mas teve a votação suspensa com pedido de vista do deputado Zeca Viana (PDT). “Não queremos que aconteça o que aconteceu recentemente. Com a ajuda do deputado queremos emplacar emenda que garanta que o governo reinvista esses recursos no próprio órgão”, frisa Gilmar.
A estrutura da Empaer ainda é precária. Gilmar destaca que apesar de ter tido uma valorização salarial do servidor neste ano, a necessidade de investimentos na assistência rural é muito grande. O quadro de pessoal ainda é insuficiente para atender as 140 mil famílias de agricultores familiares.
Para dar suporte técnico a essas pessoas existem hoje menos de 250 profissionais no Estado. Um concurso da Empaer deveria ter sido feito no ano passado. “A realidade é de um técnico para 1 mil famílias. Assim é impossível prestar uma boa assistência técnica a quem precisa tanto”, garante Gilmar.
Além disso, ele esclarece que se corre o risco de num curto espaço de tempo não haver mais agricultura familiar em Mato Grosso, porque a maioria dos trabalhadores não tem renda do plantio nem para a subsistência, possui mais de 60 anos e depende do INSS. “O nosso foco é fazer com os filhos dos pequenos trabalhadores rurais permaneçam no campo e não haja o êxodo rural. Para isso, é necessário atuar no associativismo e na agro industrialização”, frisa.