Um balde de massa, quatro operários no canteiro (um deles sentado à sombra) e a impressão de que voltamos no tempo. Esse foi o ambiente encontrado pelo sindicalista Gilmar Brunetto quando visitou o canteiro de obras da nova sede da Empaer, no Centro Político Administrativo de Cuiabá, na segunda-feira, pouco depois das 14 horas. A maior revolta do Gauchinho se deu com o rústico sistema de transporte da argamassa adotado pelos operários.
– Uma obra desse porte não pode ser tocada deste modo, com massa sendo levada na base do balde. De balde em balde, a Construtora Panamericana, contratada para fazer essa empreitada, só vai acabar o serviço na Copa do Mundo de 2018 – ironizou o presidente do Sinterp – O presidente da Empaer, e o secretário da Sedraf, Meraldo Figueiredo deveriam dar uma olhada no prédio da Havan, que está sendo construído aqui perto, ao lado do Comper, na avenida do CPA, e constatarem como a obra avança, com o uso da mais moderna tecnologia. Em 60 dias, o prédio da Havan já está quase pronto. O Governo Federal não está pagando uma merreca, não merece um desleixo deste tipo.
Na verdade, a construção da nova sede da Empaer, com prazo de entrega de 330 dias, que já vem sendo tocada há mais de ano, está orçada em exatos R$ 5.212.388,37, dinheiro já repassado pelo governo da presidente Dilma Roussef para os cofres da Caixa Econômica Federal, em Cuiabá. A contrapartida do Governo do Estado foi de R$ 1 milhão de reais.
– Se o dinheiro está aí, essa demora não se justifica. Estamos diante de um problema de gestão. Tem gente que está passeando demais pelo interior, cuidando daquilo que não lhe compete, enquanto os interesses da Empaer e de seus servidores são tratados deste jeito. Na base da “tecnologia do balde”.
Gilmar Brunetto garante que os servidores da Empaer já estão cansados de serem tratados como gado e jogados de um lado para o outro. Depois que o então governador Dante de Oliveira, numa decisão revoltante, resolveu desalojar a empresa do seu prédio original para acomodar a Secretaria de Educação, os servidores da Empaer foram transformados em peregrinos e acomodados em um barracão da antiga Sanecap, no bairro Planalto.
Agora, trabalham amontoadas, em condições insalubres, em outro barracão, ao lado do cemitério do bairro da Boa Esperança.
“Todos estes últimos governantes, no quesito condições de trabalho trataram os servidores da Empaer como se fôssemos almas penadas. O presidente da Empaer e o secretário Meraldo precisam se conscientizar de que os servidores são gente trabalhadora, cidadãos cumpridores de seus deveres, profissionais do mais alto gabarito e merecem respeito”, disse Gauchinho. Veja o vídeo.