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Secretário da Sedraf tenta contornar crítica feita ao governador culpando a União

Fotos: Rodinei Crescêncio/RDNews

Carlos Milhomem reconhece dificuldades, mas evita reclamar do Governo

Assim como fazia o deputado José Domingos Fraga (DEM) quando comandava a pasta, o secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Carlos Luiz Milhomem, protestou contra a falta de recursos, de estruturada física e de técnicos na pasta e na Empaer. Ele, no entanto, mostrou que não quer se indispor com o governador Silval Barbosa (PMDB).

Em visita à sede do RDNews nesta terça (4), onde concedeu entrevista ao RDTV, Milhomem culpou o Governo Federal pelos problemas enfrentados pela agricultura familiar em Mato Grosso e isentou o Estado da responsabilidade, sob a justificativa de enfrentar contingenciamento de recursos. Apesar disso, ele vê parcela de culpa do Paiaguás, tendo e vista o excesso de cargos em comissão na máquina, o que acaba prejudicando o desenvolvimento e continuidade de programas.

Segundo Milhomem, na Sedraf existie apenas 4 técnicos efetivos e 80 em cargos de confiança. “Muda de Governo e troca todo mundo. Aí fica difícil dar continuidade aos programas”, reclama. Ele observa que, se fossem nomeados todos os aprovados no último concurso, as dificuldades seriam amenizadas. Apesar da solução parecer fácil, pondera que a última seleção realizada pelo Estado foi muito ampla e que o Governo não tem capacidade financeira para absorver todos os aprovados de uma só vez.

Confrontado com estudos da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), que revelam uma extrema desigualdade entre as cidades do Estado, Milhomem reconhece que no interior a falta de estrutura é ainda pior. Ele aponta como fator responsável a ausência de um fundo financeiro destinado à agricultura familiar como existe para outras áreas, à exemplo do Fethab, destinado à pavimentação e habitação.

O secretário ainda ressalta que a maioria dos 800 assentamentos que existem em Mato Grosso não funcionam. “Trabalharam para preparar esse pessoal apenas para a agricultura de subsistência. Mas ele precisam agora de dinheiro para tratar sua família”, constatou. Milhomen diz que tem buscado reunir várias entidades, como a Empaer, Embrapa, Sebrae e Senai, visando capacitar estes produtores e prepará-los para formar cooperativas. “A dificuldade de organizar esses trabalhadores é muita, porque eles não têm capacidade de gestão de negócios”, lamentou.

Para este ano, a Sedraf tem orçamento de R$ 23 milhões e mais de R$ 10 milhões destinados exclusivamente a projetos. O problema é que, segundo o secretário, nem todo esse dinheiro foi disponibilizado. “Se fosse aplicado tudo isso haveria muitos benefícios. É que estamos passando por um contingenciamento. O governador está tentando renegociar dívida para sobrar dinheiro para investir”, justifica.

Por fim, ele observa que a Empaer tem uma defasagem de 600 técnicos. Ressalta ainda, que a empresa está sendo estruturada há um ano, sendo transformada de uma administração mixta para estatal, mas ainda vai levar um bom tempo para que se recupere totalmente.

Fonte: RDTV News