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Servidores pressionam a SAD mas secretários adjuntos insistem na defesa do “núcleo sistemico”. Precisamos derrotar esta burocracia!

 

Republicamos abaixo matéria divulgada pelos nossos companheiros do Sintap, que revela a teimosia das autoridades que compõem a atual gestão do governador Silval Barbosa na defesa do Núcleo Sistemico Agropecuário que, através de sua burocracia, se transformou em um poderoso entrave para o perfeito desenvolvimento de todas as atividades tanto da Sedraf quanto do Indea, da Empaer e todos os demais setores da secretaria. Os burocratas do governo defendem o núcleo sistemico mas os servidores do setor agropecuário estão na luta para conseguir a sua extinção.

 

Sintap vai à SAD cobrar resposta sobre reestruturação e secretaria adia mais um dia

Os secretários adjuntos da SAD alegaram baixa receita para o quadro crítico, mas garantiram que a resposta já existe e que só falta oficializá-la às entidades

Alexandra Araújo/Sintap-MT

 

 

O Sintap-MT, representado pela presidente Diany Dias e os delegados sucursais reuniram-se nesta segunda-feira (10) com os secretários adjuntos da Secretaria Estadual de Administração, Ozenira Soares de Souza e José de Jesus Nunes Cordeiro, em busca de respostas do governo sobre a reestruturação do sistema agrícola, agrário e pecuário. Nesta data se deu o fim do prazo estipulado ao gestor da SAD, Cesar Zilio, para viabilizar soluções às “urgências urgentíssimas” do Indea-MT, e conforme Ozenira, o mesmo já debateu o assunto com o Conselho Econômico do estado, e o resultado do encontro seria oficializado nesta terça-feira (11), o que acabou não ocorrendo.

Finanças em Baixa – “Hoje temos que convir que o núcleo agropecuário se desestruturou, e o governo tem que buscar soluções pra tais problemáticas. Assim como não podemos atribuir alguns problemas a este núcleo, porque foram gerados pela própria secretaria de administração. Conforme Ozenira, estes o governo já detectou e propõe estabelecer seu diagnóstico, assegurando que não há nenhum posicionamento contrário do governo em relação a algumas reivindicações para o órgão, principalmente quanto aos líderes de equipe.

Em contrapartida, Ozenira deixou claro o posicionamento contrário do governo em relação à saída do Indea-Mt do Núcleo Agropecuário, uma vez que na visão do estado o Núcleo Sistêmico não tira a autonomia do órgão. Por outro lado, ela admite que haja falta de planejamento e que têm ocorrido na gestão deste para que estas sejam resolvidas. “Acredito que o problema não seja o núcleo em si, mas a falta de estrutura, principalmente de pessoas, pois muitas estão aposentando e outras foram para as unidades, e o quadro demonstra que é preciso contratar e capacitar pessoal”, enfatizou.

“Nós do sistema agrícola, agrário e pecuário, estamos sofrendo com a falta de planejamento do Núcleo Agropecuário, que apenas apaga fogo e não resolve os problemas de forma concreta. A exemplo do dinheiro veio do Ministério da Agricultura e não teve aplicabilidade do projeto, ou seja, não foi executado pelo Núcleo. Antes de 2007 nós tínhamos esse planejamento, mas hoje o que se vê é falta de gestão, de rapidez e eficácia na atuação do Núcleo. Mais situações como a das diárias, em que tivemos que montar um mini-núcleo para gerir isto, porque senão perdia-se o prazo para sua aquisição; e assim muitos outros problemas gerados pela sua inoperância poderíamos relatar”, desabafou a presidente do Sintap, acompanhada de relatos dos delegados, quanto à realidade vivenciada no interior do estado.

A secretária atribuiu a crítica realidade do Indea-MT também à falta de recursos financeiros, que não tem sido um problema vivenciado apenas neste órgão, uma vez que o governo tinha expectativa de uma receita de R$ 8 bi e 900 mi, ao passo que se limitou a R$ 8 bi e 300 mi, além do aumento de despesas com pessoal. “E se continuar como o quadro tem se mostrado, e chegarmos a certo limite, vamos entrar na LRF”, complementou.

Coronel Adjunto – “Em outros tempos, até já me posicionei contra a gestão pelo Núcleo Sistêmico, mas este é o modelo escolhido pelo estado, o de centralizar as operações, e está sacramentado; agora temos é que nos adequar à ele, afinal, é vontade do governo.” O discurso tipicamente militar veio do coronel Cordeiro, que apesar de em 1994 ter gerido a Policia Militar, hoje faz parte da gestão da SAD, enquanto secretário adjunto, e denota posicionamento bem diferente do gestor da PM, conforme o mesmo admitiu sua postura anterior em relação ao tema.

Cordeiro afirma que o grande problema não está na inoperância do Núcleo, uma vez que o governo há meses registra atraso com fornecedores. Inclusive, ele sugere que o Indea tenha uma espécie de assessor técnico dentro do Núcleo, para que os processos de interesse do órgão caminhem menos lentamente. “Só que, no Indea não podemos vivenciar nenhum tipo de lentidão, nem pra mais nem pra menos; por isso que existem as autarquias para dar agilidade à execução dos serviços prestados a sociedade, com autonomia para resolver todos os problemas que surgirem em seu cotidiano”, frisou a presidente do Sintap.

Ao final da reunião, o coronel sugeriu o registro de preço eletrônico, com o intuito de agilizar as necessidades do interior do estado dentro do órgão. Cordeiro sugeriu que fosse feito um levantamento da demanda para suprir cada unidade por um ano, que a solicitação seria enviada ao Núcleo e o material solicitado seria enviado para a unidade o mais breve possível.

Sintap-MT – “Se fala tanto em arrecadação do estado, inclusive quanto ao excesso de arrecadação, a exemplo da Assembleia Legislativa que este ano já recebeu R$ 28 milhões por isso. Por outro lado, diz-se que a receita não está a contento; mas o fato é que temos que honrar nossos compromissos, como os 10% do convênio por exemplo, que até hoje não foi depositado e corremos o risco de perder R$ 5 milhões, o que se mostra um disparate diante da realidade caótica que passa o sistema agrícola, agrário e pecuário”, finalizou Diany Dias.