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Sinterp

Situação do MT Saúde piora com a decisão dos hospitais em não atender casos emergenciais

Os flagrantes na porta da sede do MT Saúde continuam em consequência dos débitos do governo com os hospitais

Alexandra Araújo/Sintap-MT

 

 

A decisão por não atendimento até mesmo emergencial da rede credenciada do MT Saúde revoltou ainda mais os usuários do plano, que apesar de pagar mensalmente o que deveria ser um benefício, não tem tido nenhum serviço disponível deste segmento, que a cada dia fecha mais as portas por conta da falta de pagamento por parte do governo do estado. Por mais uma vez a fiscalização do fórum sindical flagra paciente passando mal em frente à sede do plano, depois de realizar uma jornada em busca de hospital que o atenda. O presidente do Sinterp-MT, Gilmar Brunetto esteve no local conversando com os usuários, e nesta quarta-feira (18), neste momento está acontecendo uma reunião que promete possivelmente uma nova proposta de plano de saúde aos servidores, segundo o gestor sindical.

 

Sem saída – A senhora Eneida Gomes, que sofre de diabetes e pressão alta, e foi mais uma paciente que depois de visitar várias instituições hospitalares e não ter o devido atendimento, foi parar em frente à sede do MT Saúde, em busca de uma solução. Ela não conseguiu sair do carro, e seu esposo Lourival Elói e a filha, Camila Gomes ficaram por horas na sede do plano em busca de uma solução para a situação que até o momento transparecia não ter saída. “É um descaso com o servidor; eu pago quase R$ 300,00 por mês, e quase no fim da vida a gente não usufrui nada disso. Fui em todos os hospitais, comecei pelo Jardim Cuiabá, Santa Rosa, Clínica Femina, São Matheus, todos, e nenhum me atendeu, e agora minha filha está lá dentro da sede do MT Saúde para ver se encontra uma saída para estas situação”, protestou Elói.

Gravidez – “É um desrespeito com o usuário o plano, e demonstra falta de empenho do governo em não averiguar essa situação e tomar providências imediatamente!” O protesto partiu do servidor Gilberto Bispo da Silva, que já teve dois cancelamentos de consulta para sua esposa que está entrando no oitavo mês de gestação. Segundo ele, a paciente seria atendida na Clínica Femina, mas esta foi descredenciada do MT Saúde. Posteriormente deram outra guia para o hospital Jardim Cuiabá, mas já ligaram cancelando a consulta.

“Depois da denúncia do Tribunal de Contas desvio de dinheiro, o MT Saúde começou a desandar e só retroagiu,porque parou os repasses e os hospitais passaram a se descredenciar” afirmou Gilberto, relatando que no início do plano, há cinco anos, os usuários tinham bom atendimento. Ele lembrou que tudo isso está acontecendo, não por falta de pagamento dos servidores, que pagam, inclusive, não um valor fixo, mas conforme a faixa salarial, em que o mesmo paga mensalmente R$ 140,00.

Sem respiração – O filho de um ano da usuária Rosychelli Guia da Silva Ferreira está com dificuldade para respirar e precisa fazer uma cirurgia de adenóide. A criança tem que fazer exames pré-operatórios, e ela já foi avisada que não há hospital credenciado para realizar o procedimento. A servidora diz que tem o plano desde que foi implantado, e nos primeiros anos nunca teve o que reclamar, mas diz que a situação ficou insustentável, pois dependendo do local que escolha fazer até mesmo um exame de sangue, precisa ficar na sede do MT Saúde por mais de uma hora aguardando atendimento. “Todo mês desconta, e o valor não é baixo, mas o resultado não é nenhum pouco satisfatório. Aí, se meu filho passa mal, chegamos no hospital e lá dizem que não há atendimento, e me obrigo a fazer uma jornada na cidade para encontrar hospital que atenda”, finalizou.